segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sean Riley & Slowriders - O Concerto

Na passada sexta-feira o Subscuta presenteou, mais uma vez, os barcelenses com um bom concerto, protagonizado por excelentes intérpretes: Sean Riley e os “seus” Slowriders.
Os habituais atrasos, para apimentar a expectativa. As também habituais conversas de ocasião, trocadas e repetidas, enquanto se espera pelo real objectivo da noite.
Enche-se então o Auditório da Biblioteca Municipal. Desde jovens adultos, adolescentes, a pessoal que, nota-se, apesar de aparentemente ultrapassados pela música actual, estão sedosos de reviver um passado não tão longínquo quanto poderá parecer. Ou viver um presente que não é só de uma geração, é de cada um que o quiser abraçar.
Começam então os artistas a apresentar-se. Estranha-se, num primeiro instante, a falta de alguém: “então eles não são três???”. Ok, eles são três, mas cá estão apenas dois! Ouvem-se murmúrios (alguma inquietação) que se desvanecem, momentaneamente: um dos elementos não veio. A bateria não irá eclodir em baques e estridentes sons, hoje não.
“Those Red Days” faz com que toda a inquietação e embaraço que se faziam sentir desaparecessem. Ok de novo, é acústica, mas o baixo dá para compensar, e de que maneira!
Música, melodias e sons, ornamentados por diversos e caricatos instrumentos se vão sucedendo, desde uma melódica e uma harmónica, a umas “espécies” de quadro e lápis, mais parecendo um instrumento roubado a uma criança, na véspera. Maravilha! Cada pessoa presente acompanha o ritmo do batuque, ou com o pé, ou “dedilhando” em cima do próprio joelho, não esquecendo aqueles que daquele sítio ou daquele momento, apenas sabem o que ouvem, de resto, navegam por outros locais, outros momentos. Pela Residencial Arantes, quem sabe? O Sean Riley também esteve lá!
Deixarei os pormenores mais técnicos para quem tem mais e melhores conhecimentos acerca dessa “matéria”. Mas uma coisa não me podem negar, a qualidade destes senhores vindos de Coimbra! Embrulhado pelos mais calorosos e reconfortantes efeitos visuais, senti que estava a assistir a um dos melhores concertos a que já assisti, e não é “conversa fiada”, tal como disse Sean (ou Afonso, Filipe, Domingues, Marta, não é por aí).
Agora que se aproxima a época mais importante para Barcelos, Sean Riley & Slowriders foram uma boa “lufada de ar fresco” para aqueles que não têm cinquenta ou sessenta (Paco Bandeira), quarenta (Luís Represas), e os que não têm, até, uns cinco ou vinte cinco anos de idade (Anjos). Mais ano, menos ano.

E lá dizia Sean Riley: “A foda é o falsete”…


Jorge Marques

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