quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Exposição – “Rosa Ramalho: A Colecção”




Local: Museu de Olaria – Sala de exposições A e B

Duração da exposição: até Junho de 2010



No dia 3 de Outubro de 2007 visitamos esta exposição que se encontra no Museu de Olaria da cidade de Barcelos e que visa a conservação e divulgação da fabulosa e notável obra de olaria de uma das mais célebres e prestigiadas figuras barcelenses, e até nacionais, nesta verdadeira “arte manual”. Falamos, claro está, de Rosa Ramalho.
Ao longo da visita às salas A e B do museu, deparamos com várias peças (cerca de 342) com os mais variados temas, desde retratos e figuras representantes da “Última Ceia”, passando por representações de vindimas, procissões e outros ritos tradicionais.
É de louvar e consagrar esta iniciativa do Museu de Olaria e da própria Câmara Municipal de Barcelos já que mostra ao público cerca de 342 peças julgadas caracterizantes da obra de Rosa Ramalho, mantendo assim bem acesa a memória dos barcelenses para com a vida e obra desta grande figura conterrânea.

Aconselha-se.




Alberto Peixoto
Catarina Cachada
Isabel Arantes
Jorge Marques

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Os Galos Aconselham

Nesta semana os Galos aconselham:

Cinema:
Ed Wood (1994), Tim Burton.

Literatura:
"Adeus às Armas" (1929), Ernest Hemingway


Arte:
3 artistas 3 continentes uma mesma linguagem

(Galeria Municipal de Arte de Barcelos) 2 Fev. a 2 Mar.

Música:
Bach- Variações Golderg
Glenn Gould






Call Girl




Senhores e Senhoras, bem vindos ao cinema das mamas. Menina Soraia e suas irmãs Chaves entram em grande plano, no grande filme que se denomina Call Girl. “Bom filme” entenda-se como bom prisma sexual, que sem ser sexy, o é.
Digamos que para uns o filme é da máxima qualidade artística. Porque, segundo estes, estes mesmos, “intelectuais natos”, leitores de grandes clássicos, visionários do grande cinema de autor, falar de Portugal é falar de: corrupção, prostituição, tradições, sexo, polícias com um excelente vocabulário (onde expressões tais como: “caralho”, numa deixa são utilizadas constantemente). Estes portugueses, cultíssimos, e atentos ao mundo actual, procuram neste filme as críticas que não há no resto da arte portuguesa.
Para outros, o filme não passa de uma lavadura mal ingerida e em breve descarregada! Mamas, mas nós já falámos delas, certo? Voltamos a falar: Mamas! Há, novamente, mamas, palavrões, muitos palavrões a adornar a “história da Carochinha”…
Sem mais nada a acrescentar, depois de tal vómito, e esperando que o Mundo (não) julgue os portugueses com base na copa da menina Chaves, despedimo-nos com:



“- Tás tão fodido, meu!”
“-Mas deixa lá, se não houvesse gajos como nós o mundo era muito pior”.


Heika Castro
Zita Esquerda de Sá

Don't call me Girl

Call girl é mais um filme “português”, como tantos outros. Poderia ser louvável a leve evolução de Soraia Chaves desde “O Crime do Padre Amaro”, se este aspecto não estivesse ininterruptamente escondido pelo seu papel de “sex simbol”, com todos os atributos físicos que lhe são próprios. Figura e atributos à volta dos quais todo o filme se constrói e evolui.
Assim, Call Girl é (e repito quantas vezes for necessário!) mais um filme com “ar” de novela tipicamente portuguesa. Daquelas novelas que parecem nunca mais acabar. E isto não se deve somente à enorme publicidade que assomou o país um mês (!) antes de o filme chegar ao grande ecrã! Mesmo durante o decorrer do próprio filme, no cinema, já o balde das pipocas havia acabado há uma boa meia hora e a trama ainda se embrulhava em mais uma peripécia interessantíssima com mais um grande plano das mamas da Soraia Chaves. Uns dez segundos depois, volto-me para o indivíduo (desconhecido, e com uns curiosos 14/15 anos) que está ao meu lado e pergunto: “o que foi que ela disse?!”. Não obtenho resposta, claro. Mas o filme ainda lá está. E mais outra peripécia. E outra!
Pensei seriamente antes de dar mais esta oportunidade ao cinema português. E novamente me desiludi. As expressões faciais e verbais curiosas (no mínimo!), os actores que valem por fazerem “boas” novelas, ou aqueles que até são bons, mas já com imagem deteriorada, o argumento “actualérrimo”, todos estão lá. E o objectivo será, certamente, cumprido: grandes lucros, elevada audiência, visibilidade, bla bla bla…
Há objectivos e objectivos. O meu objectivo, esse, é louco e está encoberto. Porém, vivo ainda o sonho íntimo de um dia ver emergir alguém capaz de deixar os cinéfilos portugueses orgulhosos do cinema do seu país.
Cinéfilos que, garanto, são muitos e fiéis. Cinema que, proponho, “esqueça” Manoel de Oliveira – e toda a nostalgia do que já lá vai – e lance um olhar sobre a Europa “cultural”.
É possível.





Jorge Marques