quinta-feira, 15 de maio de 2008

Passado do passado após o passado!


Passado do passado após o passado.

É muito fácil de concretizar: caminham até a Galeria de Arte, até o dia 27 de Abril, simpaticamente, esboçam um sorriso para a Senhora que costuma encontrar-se à entrada e voilá: B.D. do 25 de Abril e período “Quente” de 75 à vossa frente, gritando: “Analisa-me!”.
Esta mostra é um conjunto de trabalhos da época. Onde se encontram desde as mais reconhecidas imagens do pós 25 de Abril, até uma série de obras menos acessíveis ao grande público.
Para aqueles, mais jovens, e únicos a quem me atrevo tentar incentivar, esta é uma forma facilmente exequível de (re)visitar um panorama social e político que não o seu. Especialmente para aqueles que se sentem atraídos por ideologias mais à esquerda, ou pela história política portuguesa no geral, encontram nesta exposição uma perfeita base, nostálgica e interactiva, de adquirir mais conhecimentos.
De referir é a representação do lendário debate entre, os não menos lendários, Álvaro Cunhal e Mário Soares: “Olhe que não. Olhe que não”. De resto, está lá tudo: desde a madrugada de 24 para 25 de Abril, até as nacionalizações em massa, passando pela formação dos partidos políticos que hoje conhecemos.
Sugiro, humildemente, uma visita a este espaço, incentivo, não menos humildemente, a o fazerem ao som de Zeca Afonso.
Os primeiros anos da Democracia portuguesa são, sem duvida, páginas de orgulho nas, imensas, paginas da História de Portugal. E cabe a nós, jovens, não deixar desvanecer um passado que teima fugir.



“Cantai, cantai que o ódio já não cansa
Com palavras de amor e de bonança
Dançai ó parcas vossa negra festa
Sobre a planície em redor que o ar empesta
Cantai ó corvos pela noite fora
Neste areal onde não nasce a aurora”

José Afonso


(Poderia ter sido...)
Mas não fiquem esperançosos: o 25 de Abril há muito que morreu!


Isabel Arantes

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