terça-feira, 5 de agosto de 2008

Passeios interiores

"Os olhos são um grande rio de sons
Sensações luminosas que alimentam a alma
De quem respira, como se o ar fosse mais leve,
Mais capaz de decifrar a vida
No seu enigmático esplendor.
A sombras que neles flutuam,
Levemente, do cruzamento das ideias,
Do timbre da voz do nada,
Inquieta-os, perpetuando neles a esperança
Fugitiva, que em pranto chora."

Júlia Fernandes


Passeando no Interior parei,
Num momento lancei um olhar
Sobre o horizonte enevoado,
Ferido pelos últimos raios
De púrpura e sangrento sol de tarde.
Um vapor espesso sai de corpos,
Deambulares de rua,
Onde o ruído era menor no ar
E como pilares erguiam-se
em ambas margens do rio ao céu,
O fumo de casas.
Adensavam-se umas sobre as outras,
Como rochas ou penedos
Se amontoam sobre os cimos dos montes
É como se formassem uma nova cidade
Sobre nuvens...

Era como se tudo fosse belo...
Estava a ver o mundo.

Catarina R. Cachada

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