sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mãos

Costumamos cercar de palavras as grandes catástrofes para nos protegermos delas.
Recordo o tempo, citando palavras sem significado que sem saber bem porquê, me dão alguma orientação: fazendo-me sentir bem. O silêncio que outrora dera conta de mim, hoje sou eu quem o tenta reencontrar e trazê-lo de volta. Compreendi que se o fizesse reviver talvez reencontrasse a alma perdida que de mim voou pelos campos enormes de trigo que hoje se substituem por enormes construções.
Para mim voltar a ter alma è voltar a poder sentir que palavras justas e com sentido saem da minha boca como uma melodia que se confunde com o vento.
Palavras essas que sendo informais são a seiva da literatura, a matéria bruta a partir da qual se constrói uma história.
Da literatura que aparecera como uma criação fictícia já só lhe resta leves memórias.


Essa mão jamais a esqueceremos...

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Catarina Cachada

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