quinta-feira, 13 de março de 2008

Idiotices Superiores

Entraste na sala e disseste que não estavas a perceber. Não havia muito que perceber, mas tu necessitas perceber. Uma série de TV; um livro fechado: Cultura ocidental. Tua beleza é estonteante, embora eu não a veja. Há quem a veja. Eu não a vejo. Há quem mais não a veja. Embora haja quem a volte a ver.
A cultura é especulativa. Há quem tenha visto cinema, há quem tenha lido revistas periódicas. Há aqueles que não percebem nada do nada. Porém, a arte não tem nada que perceber. Há os que lêem jornais sem os abrir. Tu não fazes parte de nenhum dos grupos. Tu és o grupo. Não me apetece muito falar do que penso sobre ti… Desaparece-me da frente!
Não me livro de ti: ó Praga! Verdadeiramente falando, eu nem sei quem raio tu és. Imagino que sejas delírio do meu subconsciente. Não estou sequer interessada em saber quem és. Tu não és. Porcaria de pseudo intelectuais. Nascem num mundo que é deles e transformam-no em alternative para estarem in.
Lápis Azul!
Os tais, heterónimos de zebras sem riscas; camelos sem bossas; eunucos sem castração. Anormais por normalidade. Que mundo este de energúmenos inteligentes. Consciência social e política subjacente à doçura da idiotice. Filas e filas de zero e números outros cheios de nada.
Escrevo agora, com febre e sono, e de minha aparente loucura desejo a morte aos mortificadores do cérebro. Telefono ao caixote do lixo e peço-lhe boas novas: de lá vem um catálogo de revistas cor-de-rosa. Não me despeço, porque quem escreveu este texto não fui eu: enviaram-me um mail...


Isabel Arantes

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